Hino Nacional Ilustrado. Hino Nacional escrito em ordem direta (Clique nas imagens abaixo para ver ampliado) O Hino Nacional Brasileiro precisa e deve ser trabalhado constantemente com os alunos. É natural ouvirmos falar de pessoas com certa formação que no entanto, não conseguem cantar o Hino por completo ou sequer compreender o sentido. Que se diria de uma análise mais aprofundada? Difícil. Não podemos generalizar, mas é sabido que a letra merece atenção e interpretação a fim de ser compreendida e o ato de cantar o Hino consiga ir além do simples gesto mecânico de todos os dias na escola. É bom saber o que se está cantando, até para concordar ou criticar. Criticar sem conhecimento de causa, é, no mínimo, um gesto um tanto absurdo. Profª Liza VOCABULÁRIO O significado do Hino Nacional se enriquece quando o sentido das estrofes e das palavras é bem compreendido. Seguem alguns vocábulos, que não estão em ordem alfabética, mas sim, na seqüência e no contexto do Hino Nacional. Plácidas : tranqüilas, calmas Brado : grito Retumbante : que ecoa, vibrante Fúlgidos : luz intensa Penhor : garantia Idolatrada : muito amada , respeitada Vívido : cheio de vida Límpido : limpo, claro Cruzeiro : constelação do Cruzeiro do Sul Resplandece : brilha Impávido: destemido Colosso : gigante Esplêndido: maravilhoso , admirável Fulguras : brilhas Florão : enfeite, ornamento, jóia Garrida : vistosa, alegre Risonhos : alegres Lábaro : bandeira Ostentas : mostra Louro : amarelo Flâmula: bandeira Clava : pau usado como arma "Fulguras, garrida, lábaro, florão... o que significam?" Além das palavras pouco usuais, o hino brasileiro é rico em metáforas e seu estilo parnasiano contribui para que muita gente grande tenha dificuldade em compreender e interpretar corretamente a letra, embora esteja claro que se trata de uma grande exaltação à "pátria amada". De acordo com o professor de Português do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, Luciano Martins, a forma do poema é rigorosamente parnasiana, porém o seu conteúdo é romântico, inserindo-se nas propostas dessa escola literária quanto à exaltação ufanista. "Os textos parnasianos privilegiam a beleza da forma textual. Isto justifica as palavras rebuscadas e o fato de as frases serem montadas de modo indireto, fazendo com que a clareza do texto fique comprometida, o que, para muita gente, causa dificuldades de compreensão", explica o professor. Clique aqui para ver uma apostila com sugestões de atividades Hino Nacional em Libras, aqui. "TRADUÇÃO do Hino Nacional" As margens tranqüilas do rio Ipiranga ouviram o grito forte de um povo heróico e o sol da independência brilhou no céu da Pátria, em raios faiscantes, naquele momento. Se, com nossa firmeza, conseguimos conquistar o direito à igualdade com outras nações, agora que somos livres nosso coração desafia a própria morte. Ó pátria amada, adorada, salve! Enquanto a imagem da constelação do Cruzeiro do Sul brilhar em teu céu belo e repleto de promessas nítidas, o sonho de amor e de esperança existirá na terra. És grandioso desde que nascestes, és belo, és forte, um gigante destemido, e teu futuro refletirá essa grandeza. Terra adorada, entre outras mil és tu, Brasil, ó pátria amada, a mãe generosa dos filhos desse solo. Pátria amada Brasil. Parte II Ocupando para sempre este lugar magnífico, ao som do mar e à luz do céu de azul intenso, tu brilhas, Brasil, beleza da América, iluminado ao sol do Novo Mundo. Teus agradáveis e lindos campos têm mais flores do que a terra mais vistosa. "Nossos bosques têm mais vida" e "nossa vida mais amores" vivendo aqui. (as partes em aspas são da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias) Ó pátria amada, adorada, salve! Brasil, que a bandeira estrelada que exibes seja símbolo de nosso amor eterno, e que o verde e o amarelo signifiquem paz no futuro e glória no passado. Mas se, em defesa da justiça, tiveres de ir à guerra, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme a própria morte quem te adora. Terra adorada, entre outras mil, és tu, Brasil, ó pátria amada, a mãe generosa dos filhos deste solo. Pátria amada Brasil. A música A melodia e a harmonia da composição também são muito complexas. Segundo o maestro regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, Luis Gustavo Petri, a parte musical do Hino foi composta dentro do melhor estilo do Classicismo, em 1831, pelo compositor Francisco Manuel da Silva. Quase um século depois, em 1909, a obra recebeu a letra de Joaquim Osório Duque Estrada, e por isso a melodia foi simplificada. Mas, além da alteração melódica, a canção também recebeu nova tonalidade. "Quando era apenas instrumental, o Hino era executado no tom de Si bemol. Logo que recebeu a letra, foi transposto para Fá. Com a simplificação e a transposição da tonalidade, a melodia do Hino, embora ainda seja bastante sofisticada, ficou mais acessível e confortável para a maioria das pessoas. Caso estas alterações não ocorressem, apenas um cantor lírico conseguiria cantar o Hino na versão instrumental", ressalta. Introdução desconhecida A parte instrumental que introduz a letra do hino também era cantada. Porém, de acordo com o professor de língua portuguesa e literatura Márcio Fragoso, este trecho de autoria do então presidente da província do Rio de Janeiro, nos anos de 1879 e 1880, Américo de Moura, não foi incluída na versão oficial do hino. "É notável a diferença entre os estilos dos dois textos. Esta parte, ao contrário do resto do hino, é mais fácil de entender, pois as frases foram montadas na ordem direta", explica. A musicista Anete Fernandes diz que é importante que o hino tenha uma introdução instrumental: "É importante para que as pessoas, ao iniciarem o hino, reconheçam a nota que deverão entrar. Se o início desta música fosse letrado com o texto de Américo Moura, além de todos começarem a cantar no susto, a desafinação seria total. Cada um entraria em uma nota diferente, seria um desastre. E para evitar essa confusão, só criando uma introdução". Espera o Brasil Que todos cumprai Com vosso dever Eia avante, brasileiros, sempre avante! Gravai com buril (instrumento de gravação) Os pátrios anais (registros históricos) Do vosso poder Eia avante, brasileiros, sempre avante! Servi o Brasil Sem esmorecer Com animo audaz Cumpri o dever Na guerra ou na paz À sombra da lei, À brisa gentil O lábaro erguei Do belo Brasil Eia Sus, oh Sus - Sus: interjeição latina motivadora que significa "elevar", "avante", "em frente". Suponha trazer Joaquim Osório Duque Estrada para os dias de hoje pretendendo que ele compreenda, de bate-pronto, a letra de uma canção de Arnaldo Antunes. É algo parecido com a perplexidade da maioria dos brasileiros. Duque Estrada usou palavras e versificações de seu tempo ao escrever os versos do Hino Nacional, em 1909 — embora, mesmo na ocasião, não tenha feito a menor questão para ser popular, mais interessado que estava em agradar os gabinetes que as ruas, segundo dizem. Disso resulta a polêmica de hoje em dia. Não existe uma interpretação oficial daqueles versos cheios de palavras complicadas. Há centenas extra-oficiais. A encrenca vai desde o Arquivo Nacional até as Forças Armadas, passando pela Maçonaria, filólogos da Universidade de São Paulo e da Universidade de Brasília, semiólogos de institutos de variados calibres e curiosos em geral. É uma batalha que começa nos dicionários, passa por profundos estudos sobre poesia do século 19 e não chega a terminar. O trecho em que o Hino diz "formoso céu, risonho e límpido", por exemplo, aparentemente não tão deixa dúvidas. Aparentemente. Uma pesquisa mais profunda indicará que a palavra "risonho", como foi empregada no verso, deve ser entendida como "repleto de promessas", e não como "alegre" ou "feliz", como normalmente se faz, e com a palavra "promessas" significando perspectivas. E "límpido", geralmente explicado como "sem nuvens", na verdade quer dizer "nítido". Ou seja, o autor falava de um belo céu, repleto de promessas nítidas de um futuro grandioso. Mais complicado ainda é o famoso "Mas se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta". Uma corrente, que é a mais aceita, defende que o verso significa "se, em defesa da justiça, tiveres de ir à guerra, verás..." Mas outra corrente defende apaixonadamente que as palavras, de fato, significam "se levantas as armas da violência acima da justiça, verás..." Parece pouca coisa, mas com um pouco de atenção se pode perceber que os sentidos são opostos. A primeira fala do Brasil para outras nações, a segunda do povo para seu próprio governo. Se o Hino fosse um manifesto: O Brasil agora é independente como resultado da luta dos brasileiros que equipararam sua terra às outras nações da Terra. Somos um povo livre e confiante, que ama seu país. Não hesitaremos em defender a liberdade conquistada, mesmo à custa de nossas vidas. Viemos para ficar. Desde agora e para sempre, nosso maior desejo é que haja apenas amor e esperança em nossa terra, essa mãe generosa, e que sejamos, desse modo, uma inspiração para todos os povos. Este é um país que nasceu grande e está destinado a um futuro brilhante, que será construído por nosso povo destemido com o exemplo de nosso passado glorioso. Também a beleza do Brasil não deve nada a outros países da América, ao contrário, é ainda mais belo. Queremos que esta seja a pátria do amor e da paz, mas se formos levados à guerra em defesa do que é justo, não fugiremos à luta nem temeremos a morte, porque, entre as coisas que mais prezamos, está o nosso profundo amor pelo Brasil. Fonte: Artigo de Victor Gomes para o JornaldaOrla ***

Hino Nacional Ilustrado.




Hino Nacional escrito em ordem direta (Clique nas imagens abaixo para ver ampliado)



O Hino Nacional Brasileiro precisa e deve ser trabalhado constantemente com os alunos. É natural ouvirmos falar de pessoas com certa formação que no entanto, não conseguem cantar o Hino por completo ou sequer compreender o sentido. Que se diria de uma análise mais aprofundada? Difícil. Não podemos generalizar, mas é sabido que a letra merece atenção e interpretação a fim de ser compreendida e o ato de cantar o Hino consiga ir além do simples gesto mecânico de todos os dias na escola. É bom saber o que se está cantando, até para concordar ou criticar. Criticar sem conhecimento de causa, é, no mínimo, um gesto um tanto absurdo. Profª Liza


VOCABULÁRIO

O significado do Hino Nacional se enriquece quando o sentido das
estrofes e das palavras é bem compreendido.
Seguem alguns vocábulos, que não estão em ordem alfabética, mas
sim, na seqüência e no contexto do Hino Nacional.

Plácidas : tranqüilas, calmas
Brado : grito
Retumbante : que ecoa, vibrante
Fúlgidos : luz intensa
Penhor : garantia
Idolatrada : muito amada , respeitada
Vívido : cheio de vida
Límpido : limpo, claro
Cruzeiro : constelação do Cruzeiro do Sul
Resplandece : brilha
Impávido: destemido
Colosso : gigante
Esplêndido: maravilhoso , admirável
Fulguras : brilhas
Florão : enfeite, ornamento, jóia
Garrida : vistosa, alegre
Risonhos : alegres
Lábaro : bandeira
Ostentas : mostra
Louro : amarelo
Flâmula: bandeira
Clava : pau usado como arma





"Fulguras, garrida, lábaro, florão... o que significam?" Além das palavras pouco usuais, o hino brasileiro é rico em metáforas e seu estilo parnasiano contribui para que muita gente grande tenha dificuldade em compreender e interpretar corretamente a letra, embora esteja claro que se trata de uma grande exaltação à "pátria amada".






De acordo com o professor de Português do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, Luciano Martins, a forma do poema é rigorosamente parnasiana, porém o seu conteúdo é romântico, inserindo-se nas propostas dessa escola literária quanto à exaltação ufanista. "Os textos parnasianos privilegiam a beleza da forma textual. Isto justifica as palavras rebuscadas e o fato de as frases serem montadas de modo indireto, fazendo com que a clareza do texto fique comprometida, o que, para muita gente, causa dificuldades de compreensão", explica o professor.

"TRADUÇÃO do Hino Nacional"
As margens tranqüilas do rio Ipiranga ouviram o grito forte de um povo heróico
e o sol da independência brilhou no céu da Pátria, em raios faiscantes, naquele momento.
Se, com nossa firmeza, conseguimos conquistar o direito à igualdade com outras nações, agora que somos livres nosso coração desafia a própria morte.

Ó pátria amada,
adorada,
salve!

Enquanto a imagem da constelação do Cruzeiro do Sul brilhar em teu céu belo e repleto de promessas nítidas, o sonho de amor e de esperança existirá na terra.
És grandioso desde que nascestes, és belo, és forte, um gigante destemido, e teu futuro refletirá essa grandeza.

Terra adorada,
entre outras mil
és tu, Brasil,
ó pátria amada,
a mãe generosa dos filhos desse solo.
Pátria amada Brasil.


Parte II

Ocupando para sempre este lugar magnífico, ao som do mar e à luz do céu de azul intenso, tu brilhas, Brasil, beleza da América, iluminado ao sol do Novo Mundo.
Teus agradáveis e lindos campos têm mais flores do que a terra mais vistosa. "Nossos bosques têm mais vida" e "nossa vida mais amores" vivendo aqui.

(as partes em aspas são da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias)

Ó pátria amada, adorada, salve!
Brasil, que a bandeira estrelada que exibes seja símbolo de nosso amor eterno, e que o verde e o amarelo signifiquem paz no futuro e glória no passado.
Mas se, em defesa da justiça, tiveres de ir à guerra, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme a própria morte quem te adora.
Terra adorada,
entre outras mil,
és tu, Brasil,
ó pátria amada,
a mãe generosa dos filhos deste solo.
Pátria amada Brasil.




A música

A melodia e a harmonia da composição também são muito complexas. Segundo o maestro regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, Luis Gustavo Petri, a parte musical do Hino foi composta dentro do melhor estilo do Classicismo, em 1831, pelo compositor Francisco Manuel da Silva. Quase um século depois, em 1909, a obra recebeu a letra de Joaquim Osório Duque Estrada, e por isso a melodia foi simplificada. Mas, além da alteração melódica, a canção também recebeu nova tonalidade. "Quando era apenas instrumental, o Hino era executado no tom de Si bemol. Logo que recebeu a letra, foi transposto para Fá. Com a simplificação e a transposição da tonalidade, a melodia do Hino, embora ainda seja bastante sofisticada, ficou mais acessível e confortável para a maioria das pessoas. Caso estas alterações não ocorressem, apenas um cantor lírico conseguiria cantar o Hino na versão instrumental", ressalta.



Introdução desconhecida

A parte instrumental que introduz a letra do hino também era cantada. Porém, de acordo com o professor de língua portuguesa e literatura Márcio Fragoso, este trecho de autoria do então presidente da província do Rio de Janeiro, nos anos de 1879 e 1880, Américo de Moura, não foi incluída na versão oficial do hino. "É notável a diferença entre os estilos dos dois textos. Esta parte, ao contrário do resto do hino, é mais fácil de entender, pois as frases foram montadas na ordem direta", explica.
A musicista Anete Fernandes diz que é importante que o hino tenha uma introdução instrumental: "É importante para que as pessoas, ao iniciarem o hino, reconheçam a nota que deverão entrar. Se o início desta música fosse letrado com o texto de Américo Moura, além de todos começarem a cantar no susto, a desafinação seria total. Cada um entraria em uma nota diferente, seria um desastre. E para evitar essa confusão, só criando uma introdução".
Espera o Brasil
Que todos cumprai
Com vosso dever
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!

Gravai com buril (instrumento de gravação)
Os pátrios anais (registros históricos)
Do vosso poder
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!

Servi o Brasil
Sem esmorecer
Com animo audaz
Cumpri o dever
Na guerra ou na paz
À sombra da lei,
À brisa gentil
O lábaro erguei
Do belo Brasil
Eia Sus, oh Sus - Sus: interjeição latina motivadora que significa "elevar", "avante", "em frente".

Suponha trazer Joaquim Osório Duque Estrada para os dias de hoje pretendendo que ele compreenda, de bate-pronto, a letra de uma canção de Arnaldo Antunes. É algo parecido com a perplexidade da maioria dos brasileiros. Duque Estrada usou palavras e versificações de seu tempo ao escrever os versos do Hino Nacional, em 1909 — embora, mesmo na ocasião, não tenha feito a menor questão para ser popular, mais interessado que estava em agradar os gabinetes que as ruas, segundo dizem. Disso resulta a polêmica de hoje em dia.
Não existe uma interpretação oficial daqueles versos cheios de palavras complicadas. Há centenas extra-oficiais. A encrenca vai desde o Arquivo Nacional até as Forças Armadas, passando pela Maçonaria, filólogos da Universidade de São Paulo e da Universidade de Brasília, semiólogos de institutos de variados calibres e curiosos em geral. É uma batalha que começa nos dicionários, passa por profundos estudos sobre poesia do século 19 e não chega a terminar.
O trecho em que o Hino diz "formoso céu, risonho e límpido", por exemplo, aparentemente não tão deixa dúvidas. Aparentemente. Uma pesquisa mais profunda indicará que a palavra "risonho", como foi empregada no verso, deve ser entendida como "repleto de promessas", e não como "alegre" ou "feliz", como normalmente se faz, e com a palavra "promessas" significando perspectivas. E "límpido", geralmente explicado como "sem nuvens", na verdade quer dizer "nítido". Ou seja, o autor falava de um belo céu, repleto de promessas nítidas de um futuro grandioso.
Mais complicado ainda é o famoso "Mas se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta". Uma corrente, que é a mais aceita, defende que o verso significa "se, em defesa da justiça, tiveres de ir à guerra, verás..." Mas outra corrente defende apaixonadamente que as palavras, de fato, significam "se levantas as armas da violência acima da justiça, verás..." Parece pouca coisa, mas com um pouco de atenção se pode perceber que os sentidos são opostos. A primeira fala do Brasil para outras nações, a segunda do povo para seu próprio governo.

Se o Hino fosse um manifesto:
O Brasil agora é independente como resultado da luta dos brasileiros que equipararam sua terra às outras nações da Terra. Somos um povo livre e confiante, que ama seu país. Não hesitaremos em defender a liberdade conquistada, mesmo à custa de nossas vidas. Viemos para ficar.
Desde agora e para sempre, nosso maior desejo é que haja apenas amor e esperança em nossa terra, essa mãe generosa, e que sejamos, desse modo, uma inspiração para todos os povos.
Este é um país que nasceu grande e está destinado a um futuro brilhante, que será construído por nosso povo destemido com o exemplo de nosso passado glorioso.
Também a beleza do Brasil não deve nada a outros países da América, ao contrário, é ainda mais belo.
Queremos que esta seja a pátria do amor e da paz, mas se formos levados à guerra em defesa do que é justo, não fugiremos à luta nem temeremos a morte, porque, entre as coisas que mais prezamos, está o nosso profundo amor pelo Brasil.

Fonte: Artigo de Victor Gomes para o JornaldaOrla
***














Hino Nacional Ilustrado.




Hino Nacional escrito em ordem direta (Clique nas imagens abaixo para ver ampliado)



O Hino Nacional Brasileiro precisa e deve ser trabalhado constantemente com os alunos. É natural ouvirmos falar de pessoas com certa formação que no entanto, não conseguem cantar o Hino por completo ou sequer compreender o sentido. Que se diria de uma análise mais aprofundada? Difícil. Não podemos generalizar, mas é sabido que a letra merece atenção e interpretação a fim de ser compreendida e o ato de cantar o Hino consiga ir além do simples gesto mecânico de todos os dias na escola. É bom saber o que se está cantando, até para concordar ou criticar. Criticar sem conhecimento de causa, é, no mínimo, um gesto um tanto absurdo. Profª Liza


VOCABULÁRIO

O significado do Hino Nacional se enriquece quando o sentido das
estrofes e das palavras é bem compreendido.
Seguem alguns vocábulos, que não estão em ordem alfabética, mas
sim, na seqüência e no contexto do Hino Nacional.

Plácidas : tranqüilas, calmas
Brado : grito
Retumbante : que ecoa, vibrante
Fúlgidos : luz intensa
Penhor : garantia
Idolatrada : muito amada , respeitada
Vívido : cheio de vida
Límpido : limpo, claro
Cruzeiro : constelação do Cruzeiro do Sul
Resplandece : brilha
Impávido: destemido
Colosso : gigante
Esplêndido: maravilhoso , admirável
Fulguras : brilhas
Florão : enfeite, ornamento, jóia
Garrida : vistosa, alegre
Risonhos : alegres
Lábaro : bandeira
Ostentas : mostra
Louro : amarelo
Flâmula: bandeira
Clava : pau usado como arma





"Fulguras, garrida, lábaro, florão... o que significam?" Além das palavras pouco usuais, o hino brasileiro é rico em metáforas e seu estilo parnasiano contribui para que muita gente grande tenha dificuldade em compreender e interpretar corretamente a letra, embora esteja claro que se trata de uma grande exaltação à "pátria amada".






De acordo com o professor de Português do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, Luciano Martins, a forma do poema é rigorosamente parnasiana, porém o seu conteúdo é romântico, inserindo-se nas propostas dessa escola literária quanto à exaltação ufanista. "Os textos parnasianos privilegiam a beleza da forma textual. Isto justifica as palavras rebuscadas e o fato de as frases serem montadas de modo indireto, fazendo com que a clareza do texto fique comprometida, o que, para muita gente, causa dificuldades de compreensão", explica o professor.

"TRADUÇÃO do Hino Nacional"
As margens tranqüilas do rio Ipiranga ouviram o grito forte de um povo heróico
e o sol da independência brilhou no céu da Pátria, em raios faiscantes, naquele momento.
Se, com nossa firmeza, conseguimos conquistar o direito à igualdade com outras nações, agora que somos livres nosso coração desafia a própria morte.

Ó pátria amada,
adorada,
salve!

Enquanto a imagem da constelação do Cruzeiro do Sul brilhar em teu céu belo e repleto de promessas nítidas, o sonho de amor e de esperança existirá na terra.
És grandioso desde que nascestes, és belo, és forte, um gigante destemido, e teu futuro refletirá essa grandeza.

Terra adorada,
entre outras mil
és tu, Brasil,
ó pátria amada,
a mãe generosa dos filhos desse solo.
Pátria amada Brasil.


Parte II

Ocupando para sempre este lugar magnífico, ao som do mar e à luz do céu de azul intenso, tu brilhas, Brasil, beleza da América, iluminado ao sol do Novo Mundo.
Teus agradáveis e lindos campos têm mais flores do que a terra mais vistosa. "Nossos bosques têm mais vida" e "nossa vida mais amores" vivendo aqui.

(as partes em aspas são da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias)

Ó pátria amada, adorada, salve!
Brasil, que a bandeira estrelada que exibes seja símbolo de nosso amor eterno, e que o verde e o amarelo signifiquem paz no futuro e glória no passado.
Mas se, em defesa da justiça, tiveres de ir à guerra, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme a própria morte quem te adora.
Terra adorada,
entre outras mil,
és tu, Brasil,
ó pátria amada,
a mãe generosa dos filhos deste solo.
Pátria amada Brasil.




A música

A melodia e a harmonia da composição também são muito complexas. Segundo o maestro regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, Luis Gustavo Petri, a parte musical do Hino foi composta dentro do melhor estilo do Classicismo, em 1831, pelo compositor Francisco Manuel da Silva. Quase um século depois, em 1909, a obra recebeu a letra de Joaquim Osório Duque Estrada, e por isso a melodia foi simplificada. Mas, além da alteração melódica, a canção também recebeu nova tonalidade. "Quando era apenas instrumental, o Hino era executado no tom de Si bemol. Logo que recebeu a letra, foi transposto para Fá. Com a simplificação e a transposição da tonalidade, a melodia do Hino, embora ainda seja bastante sofisticada, ficou mais acessível e confortável para a maioria das pessoas. Caso estas alterações não ocorressem, apenas um cantor lírico conseguiria cantar o Hino na versão instrumental", ressalta.



Introdução desconhecida

A parte instrumental que introduz a letra do hino também era cantada. Porém, de acordo com o professor de língua portuguesa e literatura Márcio Fragoso, este trecho de autoria do então presidente da província do Rio de Janeiro, nos anos de 1879 e 1880, Américo de Moura, não foi incluída na versão oficial do hino. "É notável a diferença entre os estilos dos dois textos. Esta parte, ao contrário do resto do hino, é mais fácil de entender, pois as frases foram montadas na ordem direta", explica.
A musicista Anete Fernandes diz que é importante que o hino tenha uma introdução instrumental: "É importante para que as pessoas, ao iniciarem o hino, reconheçam a nota que deverão entrar. Se o início desta música fosse letrado com o texto de Américo Moura, além de todos começarem a cantar no susto, a desafinação seria total. Cada um entraria em uma nota diferente, seria um desastre. E para evitar essa confusão, só criando uma introdução".
Espera o Brasil
Que todos cumprai
Com vosso dever
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!

Gravai com buril (instrumento de gravação)
Os pátrios anais (registros históricos)
Do vosso poder
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!

Servi o Brasil
Sem esmorecer
Com animo audaz
Cumpri o dever
Na guerra ou na paz
À sombra da lei,
À brisa gentil
O lábaro erguei
Do belo Brasil
Eia Sus, oh Sus - Sus: interjeição latina motivadora que significa "elevar", "avante", "em frente".

Suponha trazer Joaquim Osório Duque Estrada para os dias de hoje pretendendo que ele compreenda, de bate-pronto, a letra de uma canção de Arnaldo Antunes. É algo parecido com a perplexidade da maioria dos brasileiros. Duque Estrada usou palavras e versificações de seu tempo ao escrever os versos do Hino Nacional, em 1909 — embora, mesmo na ocasião, não tenha feito a menor questão para ser popular, mais interessado que estava em agradar os gabinetes que as ruas, segundo dizem. Disso resulta a polêmica de hoje em dia.
Não existe uma interpretação oficial daqueles versos cheios de palavras complicadas. Há centenas extra-oficiais. A encrenca vai desde o Arquivo Nacional até as Forças Armadas, passando pela Maçonaria, filólogos da Universidade de São Paulo e da Universidade de Brasília, semiólogos de institutos de variados calibres e curiosos em geral. É uma batalha que começa nos dicionários, passa por profundos estudos sobre poesia do século 19 e não chega a terminar.
O trecho em que o Hino diz "formoso céu, risonho e límpido", por exemplo, aparentemente não tão deixa dúvidas. Aparentemente. Uma pesquisa mais profunda indicará que a palavra "risonho", como foi empregada no verso, deve ser entendida como "repleto de promessas", e não como "alegre" ou "feliz", como normalmente se faz, e com a palavra "promessas" significando perspectivas. E "límpido", geralmente explicado como "sem nuvens", na verdade quer dizer "nítido". Ou seja, o autor falava de um belo céu, repleto de promessas nítidas de um futuro grandioso.
Mais complicado ainda é o famoso "Mas se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta". Uma corrente, que é a mais aceita, defende que o verso significa "se, em defesa da justiça, tiveres de ir à guerra, verás..." Mas outra corrente defende apaixonadamente que as palavras, de fato, significam "se levantas as armas da violência acima da justiça, verás..." Parece pouca coisa, mas com um pouco de atenção se pode perceber que os sentidos são opostos. A primeira fala do Brasil para outras nações, a segunda do povo para seu próprio governo.

Se o Hino fosse um manifesto:
O Brasil agora é independente como resultado da luta dos brasileiros que equipararam sua terra às outras nações da Terra. Somos um povo livre e confiante, que ama seu país. Não hesitaremos em defender a liberdade conquistada, mesmo à custa de nossas vidas. Viemos para ficar.
Desde agora e para sempre, nosso maior desejo é que haja apenas amor e esperança em nossa terra, essa mãe generosa, e que sejamos, desse modo, uma inspiração para todos os povos.
Este é um país que nasceu grande e está destinado a um futuro brilhante, que será construído por nosso povo destemido com o exemplo de nosso passado glorioso.
Também a beleza do Brasil não deve nada a outros países da América, ao contrário, é ainda mais belo.
Queremos que esta seja a pátria do amor e da paz, mas se formos levados à guerra em defesa do que é justo, não fugiremos à luta nem temeremos a morte, porque, entre as coisas que mais prezamos, está o nosso profundo amor pelo Brasil.

Fonte: Artigo de Victor Gomes para o JornaldaOrla
***















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