Hino Nacional Ilustrado.
O
Hino Nacional Brasileiro precisa e deve ser trabalhado constantemente
com os alunos. É natural ouvirmos falar de pessoas com certa formação
que no entanto, não conseguem cantar o Hino por completo ou sequer
compreender o sentido. Que se diria de uma análise mais aprofundada?
Difícil. Não podemos generalizar, mas é sabido que a letra merece
atenção e interpretação a fim de ser compreendida e o ato de cantar o
Hino consiga ir além do simples gesto mecânico de todos os dias na
escola. É bom saber o que se está cantando, até para concordar ou
criticar. Criticar sem conhecimento de causa, é, no mínimo, um gesto um
tanto absurdo. Profª Liza
VOCABULÁRIO
O significado do Hino Nacional se enriquece quando o sentido das
estrofes e das palavras é bem compreendido.
Seguem alguns vocábulos, que não estão em ordem alfabética, mas
sim, na seqüência e no contexto do Hino Nacional.
Plácidas : tranqüilas, calmas
Brado : grito
Retumbante : que ecoa, vibrante
Fúlgidos : luz intensa
Penhor : garantia
Idolatrada : muito amada , respeitada
Vívido : cheio de vida
Límpido : limpo, claro
Cruzeiro : constelação do Cruzeiro do Sul
Resplandece : brilha
Impávido: destemido
Colosso : gigante
Esplêndido: maravilhoso , admirável
Fulguras : brilhas
Florão : enfeite, ornamento, jóia
Garrida : vistosa, alegre
Risonhos : alegres
Lábaro : bandeira
Ostentas : mostra
Louro : amarelo
Flâmula: bandeira
Clava : pau usado como arma
O significado do Hino Nacional se enriquece quando o sentido das
estrofes e das palavras é bem compreendido.
Seguem alguns vocábulos, que não estão em ordem alfabética, mas
sim, na seqüência e no contexto do Hino Nacional.
Plácidas : tranqüilas, calmas
Brado : grito
Retumbante : que ecoa, vibrante
Fúlgidos : luz intensa
Penhor : garantia
Idolatrada : muito amada , respeitada
Vívido : cheio de vida
Límpido : limpo, claro
Cruzeiro : constelação do Cruzeiro do Sul
Resplandece : brilha
Impávido: destemido
Colosso : gigante
Esplêndido: maravilhoso , admirável
Fulguras : brilhas
Florão : enfeite, ornamento, jóia
Garrida : vistosa, alegre
Risonhos : alegres
Lábaro : bandeira
Ostentas : mostra
Louro : amarelo
Flâmula: bandeira
Clava : pau usado como arma
"Fulguras, garrida, lábaro, florão... o que significam?" Além das palavras pouco usuais, o hino brasileiro é rico em metáforas e seu estilo parnasiano contribui para que muita gente grande tenha dificuldade em compreender e interpretar corretamente a letra, embora esteja claro que se trata de uma grande exaltação à "pátria amada".
De
acordo com o professor de Português do Conservatório Dramático e
Musical de São Paulo, Luciano Martins, a forma do poema é rigorosamente
parnasiana, porém o seu conteúdo é romântico, inserindo-se nas propostas
dessa escola literária quanto à exaltação ufanista. "Os textos
parnasianos privilegiam a beleza da forma textual. Isto justifica as
palavras rebuscadas e o fato de as frases serem montadas de modo
indireto, fazendo com que a clareza do texto fique comprometida, o que,
para muita gente, causa dificuldades de compreensão", explica o
professor.
"TRADUÇÃO do Hino Nacional"
As margens tranqüilas do rio Ipiranga ouviram o grito forte de um povo heróicoe o sol da independência brilhou no céu da Pátria, em raios faiscantes, naquele momento.
Se, com nossa firmeza, conseguimos conquistar o direito à igualdade com outras nações, agora que somos livres nosso coração desafia a própria morte.
Ó pátria amada,
adorada,
salve!
Enquanto a imagem da constelação do Cruzeiro do Sul brilhar em teu céu belo e repleto de promessas nítidas, o sonho de amor e de esperança existirá na terra.
És grandioso desde que nascestes, és belo, és forte, um gigante destemido, e teu futuro refletirá essa grandeza.
Terra adorada,
entre outras mil
és tu, Brasil,
ó pátria amada,
a mãe generosa dos filhos desse solo.
Pátria amada Brasil.
Parte II
Ocupando para sempre este lugar magnífico, ao som do mar e à luz do céu de azul intenso, tu brilhas, Brasil, beleza da América, iluminado ao sol do Novo Mundo.
Teus agradáveis e lindos campos têm mais flores do que a terra mais vistosa. "Nossos bosques têm mais vida" e "nossa vida mais amores" vivendo aqui.
(as partes em aspas são da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias)
Ó pátria amada, adorada, salve!
Brasil, que a bandeira estrelada que exibes seja símbolo de nosso amor eterno, e que o verde e o amarelo signifiquem paz no futuro e glória no passado.
Mas se, em defesa da justiça, tiveres de ir à guerra, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme a própria morte quem te adora.
Terra adorada,
entre outras mil,
és tu, Brasil,
ó pátria amada,
a mãe generosa dos filhos deste solo.
Pátria amada Brasil.
A música
A
melodia e a harmonia da composição também são muito complexas. Segundo o
maestro regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos,
Luis Gustavo Petri, a parte musical do Hino foi composta dentro do
melhor estilo do Classicismo, em 1831, pelo compositor Francisco Manuel
da Silva. Quase um século depois, em 1909, a obra recebeu a letra de
Joaquim Osório Duque Estrada, e por isso a melodia foi simplificada.
Mas, além da alteração melódica, a canção também recebeu nova
tonalidade. "Quando era apenas instrumental, o Hino era executado no tom
de Si bemol. Logo que recebeu a letra, foi transposto para Fá. Com a
simplificação e a transposição da tonalidade, a melodia do Hino, embora
ainda seja bastante sofisticada, ficou mais acessível e confortável para
a maioria das pessoas. Caso estas alterações não ocorressem, apenas um
cantor lírico conseguiria cantar o Hino na versão instrumental",
ressalta.
Introdução desconhecida
A
parte instrumental que introduz a letra do hino também era cantada.
Porém, de acordo com o professor de língua portuguesa e literatura
Márcio Fragoso, este trecho de autoria do então presidente da província
do Rio de Janeiro, nos anos de 1879 e 1880, Américo de Moura, não foi
incluída na versão oficial do hino. "É notável a diferença entre os
estilos dos dois textos. Esta parte, ao contrário do resto do hino, é
mais fácil de entender, pois as frases foram montadas na ordem direta",
explica.
A
musicista Anete Fernandes diz que é importante que o hino tenha uma
introdução instrumental: "É importante para que as pessoas, ao iniciarem
o hino, reconheçam a nota que deverão entrar. Se o início desta música
fosse letrado com o texto de Américo Moura, além de todos começarem a
cantar no susto, a desafinação seria total. Cada um entraria em uma nota
diferente, seria um desastre. E para evitar essa confusão, só criando
uma introdução".
Espera o Brasil
Que todos cumprai
Com vosso dever
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!
Gravai com buril (instrumento de gravação)
Os pátrios anais (registros históricos)
Do vosso poder
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!
Servi o Brasil
Sem esmorecer
Com animo audaz
Cumpri o dever
Na guerra ou na paz
À sombra da lei,
À brisa gentil
O lábaro erguei
Do belo Brasil
Eia Sus, oh Sus - Sus: interjeição latina motivadora que significa "elevar", "avante", "em frente".
Que todos cumprai
Com vosso dever
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!
Gravai com buril (instrumento de gravação)
Os pátrios anais (registros históricos)
Do vosso poder
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!
Servi o Brasil
Sem esmorecer
Com animo audaz
Cumpri o dever
Na guerra ou na paz
À sombra da lei,
À brisa gentil
O lábaro erguei
Do belo Brasil
Eia Sus, oh Sus - Sus: interjeição latina motivadora que significa "elevar", "avante", "em frente".
Suponha
trazer Joaquim Osório Duque Estrada para os dias de hoje pretendendo
que ele compreenda, de bate-pronto, a letra de uma canção de Arnaldo
Antunes. É algo parecido com a perplexidade da maioria dos brasileiros.
Duque Estrada usou palavras e versificações de seu tempo ao escrever os
versos do Hino Nacional, em 1909 — embora, mesmo na ocasião, não tenha
feito a menor questão para ser popular, mais interessado que estava em
agradar os gabinetes que as ruas, segundo dizem. Disso resulta a
polêmica de hoje em dia.
Não
existe uma interpretação oficial daqueles versos cheios de palavras
complicadas. Há centenas extra-oficiais. A encrenca vai desde o Arquivo
Nacional até as Forças Armadas, passando pela Maçonaria, filólogos da
Universidade de São Paulo e da Universidade de Brasília, semiólogos de
institutos de variados calibres e curiosos em geral. É uma batalha que
começa nos dicionários, passa por profundos estudos sobre poesia do
século 19 e não chega a terminar.
O
trecho em que o Hino diz "formoso céu, risonho e límpido", por exemplo,
aparentemente não tão deixa dúvidas. Aparentemente. Uma pesquisa mais
profunda indicará que a palavra "risonho", como foi empregada no verso,
deve ser entendida como "repleto de promessas", e não como "alegre" ou
"feliz", como normalmente se faz, e com a palavra "promessas"
significando perspectivas. E "límpido", geralmente explicado como "sem
nuvens", na verdade quer dizer "nítido". Ou seja, o autor falava de um
belo céu, repleto de promessas nítidas de um futuro grandioso.
Mais
complicado ainda é o famoso "Mas se ergues da justiça a clava forte,
verás que um filho teu não foge à luta". Uma corrente, que é a mais
aceita, defende que o verso significa "se, em defesa da justiça, tiveres
de ir à guerra, verás..." Mas outra corrente defende apaixonadamente
que as palavras, de fato, significam "se levantas as armas da violência
acima da justiça, verás..." Parece pouca coisa, mas com um pouco de
atenção se pode perceber que os sentidos são opostos. A primeira fala do
Brasil para outras nações, a segunda do povo para seu próprio governo.Se o Hino fosse um manifesto:
O
Brasil agora é independente como resultado da luta dos brasileiros que
equipararam sua terra às outras nações da Terra. Somos um povo livre e
confiante, que ama seu país. Não hesitaremos em defender a liberdade
conquistada, mesmo à custa de nossas vidas. Viemos para ficar.
Desde
agora e para sempre, nosso maior desejo é que haja apenas amor e
esperança em nossa terra, essa mãe generosa, e que sejamos, desse modo,
uma inspiração para todos os povos.
Este
é um país que nasceu grande e está destinado a um futuro brilhante, que
será construído por nosso povo destemido com o exemplo de nosso passado
glorioso.
Também a beleza do Brasil não deve nada a outros países da América, ao contrário, é ainda mais belo.
Queremos
que esta seja a pátria do amor e da paz, mas se formos levados à guerra
em defesa do que é justo, não fugiremos à luta nem temeremos a morte,
porque, entre as coisas que mais prezamos, está o nosso profundo amor
pelo Brasil.
Fonte: Artigo de Victor Gomes para o JornaldaOrla
***
Hino Nacional Ilustrado.
O
Hino Nacional Brasileiro precisa e deve ser trabalhado constantemente
com os alunos. É natural ouvirmos falar de pessoas com certa formação
que no entanto, não conseguem cantar o Hino por completo ou sequer
compreender o sentido. Que se diria de uma análise mais aprofundada?
Difícil. Não podemos generalizar, mas é sabido que a letra merece
atenção e interpretação a fim de ser compreendida e o ato de cantar o
Hino consiga ir além do simples gesto mecânico de todos os dias na
escola. É bom saber o que se está cantando, até para concordar ou
criticar. Criticar sem conhecimento de causa, é, no mínimo, um gesto um
tanto absurdo. Profª Liza
VOCABULÁRIO
O significado do Hino Nacional se enriquece quando o sentido das
estrofes e das palavras é bem compreendido.
Seguem alguns vocábulos, que não estão em ordem alfabética, mas
sim, na seqüência e no contexto do Hino Nacional.
Plácidas : tranqüilas, calmas
Brado : grito
Retumbante : que ecoa, vibrante
Fúlgidos : luz intensa
Penhor : garantia
Idolatrada : muito amada , respeitada
Vívido : cheio de vida
Límpido : limpo, claro
Cruzeiro : constelação do Cruzeiro do Sul
Resplandece : brilha
Impávido: destemido
Colosso : gigante
Esplêndido: maravilhoso , admirável
Fulguras : brilhas
Florão : enfeite, ornamento, jóia
Garrida : vistosa, alegre
Risonhos : alegres
Lábaro : bandeira
Ostentas : mostra
Louro : amarelo
Flâmula: bandeira
Clava : pau usado como arma
O significado do Hino Nacional se enriquece quando o sentido das
estrofes e das palavras é bem compreendido.
Seguem alguns vocábulos, que não estão em ordem alfabética, mas
sim, na seqüência e no contexto do Hino Nacional.
Plácidas : tranqüilas, calmas
Brado : grito
Retumbante : que ecoa, vibrante
Fúlgidos : luz intensa
Penhor : garantia
Idolatrada : muito amada , respeitada
Vívido : cheio de vida
Límpido : limpo, claro
Cruzeiro : constelação do Cruzeiro do Sul
Resplandece : brilha
Impávido: destemido
Colosso : gigante
Esplêndido: maravilhoso , admirável
Fulguras : brilhas
Florão : enfeite, ornamento, jóia
Garrida : vistosa, alegre
Risonhos : alegres
Lábaro : bandeira
Ostentas : mostra
Louro : amarelo
Flâmula: bandeira
Clava : pau usado como arma
"Fulguras, garrida, lábaro, florão... o que significam?" Além das palavras pouco usuais, o hino brasileiro é rico em metáforas e seu estilo parnasiano contribui para que muita gente grande tenha dificuldade em compreender e interpretar corretamente a letra, embora esteja claro que se trata de uma grande exaltação à "pátria amada".
De
acordo com o professor de Português do Conservatório Dramático e
Musical de São Paulo, Luciano Martins, a forma do poema é rigorosamente
parnasiana, porém o seu conteúdo é romântico, inserindo-se nas propostas
dessa escola literária quanto à exaltação ufanista. "Os textos
parnasianos privilegiam a beleza da forma textual. Isto justifica as
palavras rebuscadas e o fato de as frases serem montadas de modo
indireto, fazendo com que a clareza do texto fique comprometida, o que,
para muita gente, causa dificuldades de compreensão", explica o
professor.
"TRADUÇÃO do Hino Nacional"
As margens tranqüilas do rio Ipiranga ouviram o grito forte de um povo heróicoe o sol da independência brilhou no céu da Pátria, em raios faiscantes, naquele momento.
Se, com nossa firmeza, conseguimos conquistar o direito à igualdade com outras nações, agora que somos livres nosso coração desafia a própria morte.
Ó pátria amada,
adorada,
salve!
Enquanto a imagem da constelação do Cruzeiro do Sul brilhar em teu céu belo e repleto de promessas nítidas, o sonho de amor e de esperança existirá na terra.
És grandioso desde que nascestes, és belo, és forte, um gigante destemido, e teu futuro refletirá essa grandeza.
Terra adorada,
entre outras mil
és tu, Brasil,
ó pátria amada,
a mãe generosa dos filhos desse solo.
Pátria amada Brasil.
Parte II
Ocupando para sempre este lugar magnífico, ao som do mar e à luz do céu de azul intenso, tu brilhas, Brasil, beleza da América, iluminado ao sol do Novo Mundo.
Teus agradáveis e lindos campos têm mais flores do que a terra mais vistosa. "Nossos bosques têm mais vida" e "nossa vida mais amores" vivendo aqui.
(as partes em aspas são da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias)
Ó pátria amada, adorada, salve!
Brasil, que a bandeira estrelada que exibes seja símbolo de nosso amor eterno, e que o verde e o amarelo signifiquem paz no futuro e glória no passado.
Mas se, em defesa da justiça, tiveres de ir à guerra, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme a própria morte quem te adora.
Terra adorada,
entre outras mil,
és tu, Brasil,
ó pátria amada,
a mãe generosa dos filhos deste solo.
Pátria amada Brasil.
A música
A
melodia e a harmonia da composição também são muito complexas. Segundo o
maestro regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos,
Luis Gustavo Petri, a parte musical do Hino foi composta dentro do
melhor estilo do Classicismo, em 1831, pelo compositor Francisco Manuel
da Silva. Quase um século depois, em 1909, a obra recebeu a letra de
Joaquim Osório Duque Estrada, e por isso a melodia foi simplificada.
Mas, além da alteração melódica, a canção também recebeu nova
tonalidade. "Quando era apenas instrumental, o Hino era executado no tom
de Si bemol. Logo que recebeu a letra, foi transposto para Fá. Com a
simplificação e a transposição da tonalidade, a melodia do Hino, embora
ainda seja bastante sofisticada, ficou mais acessível e confortável para
a maioria das pessoas. Caso estas alterações não ocorressem, apenas um
cantor lírico conseguiria cantar o Hino na versão instrumental",
ressalta.
Introdução desconhecida
A
parte instrumental que introduz a letra do hino também era cantada.
Porém, de acordo com o professor de língua portuguesa e literatura
Márcio Fragoso, este trecho de autoria do então presidente da província
do Rio de Janeiro, nos anos de 1879 e 1880, Américo de Moura, não foi
incluída na versão oficial do hino. "É notável a diferença entre os
estilos dos dois textos. Esta parte, ao contrário do resto do hino, é
mais fácil de entender, pois as frases foram montadas na ordem direta",
explica.
A
musicista Anete Fernandes diz que é importante que o hino tenha uma
introdução instrumental: "É importante para que as pessoas, ao iniciarem
o hino, reconheçam a nota que deverão entrar. Se o início desta música
fosse letrado com o texto de Américo Moura, além de todos começarem a
cantar no susto, a desafinação seria total. Cada um entraria em uma nota
diferente, seria um desastre. E para evitar essa confusão, só criando
uma introdução".
Espera o Brasil
Que todos cumprai
Com vosso dever
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!
Gravai com buril (instrumento de gravação)
Os pátrios anais (registros históricos)
Do vosso poder
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!
Servi o Brasil
Sem esmorecer
Com animo audaz
Cumpri o dever
Na guerra ou na paz
À sombra da lei,
À brisa gentil
O lábaro erguei
Do belo Brasil
Eia Sus, oh Sus - Sus: interjeição latina motivadora que significa "elevar", "avante", "em frente".
Que todos cumprai
Com vosso dever
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!
Gravai com buril (instrumento de gravação)
Os pátrios anais (registros históricos)
Do vosso poder
Eia avante, brasileiros,
sempre avante!
Servi o Brasil
Sem esmorecer
Com animo audaz
Cumpri o dever
Na guerra ou na paz
À sombra da lei,
À brisa gentil
O lábaro erguei
Do belo Brasil
Eia Sus, oh Sus - Sus: interjeição latina motivadora que significa "elevar", "avante", "em frente".
Suponha
trazer Joaquim Osório Duque Estrada para os dias de hoje pretendendo
que ele compreenda, de bate-pronto, a letra de uma canção de Arnaldo
Antunes. É algo parecido com a perplexidade da maioria dos brasileiros.
Duque Estrada usou palavras e versificações de seu tempo ao escrever os
versos do Hino Nacional, em 1909 — embora, mesmo na ocasião, não tenha
feito a menor questão para ser popular, mais interessado que estava em
agradar os gabinetes que as ruas, segundo dizem. Disso resulta a
polêmica de hoje em dia.
Não
existe uma interpretação oficial daqueles versos cheios de palavras
complicadas. Há centenas extra-oficiais. A encrenca vai desde o Arquivo
Nacional até as Forças Armadas, passando pela Maçonaria, filólogos da
Universidade de São Paulo e da Universidade de Brasília, semiólogos de
institutos de variados calibres e curiosos em geral. É uma batalha que
começa nos dicionários, passa por profundos estudos sobre poesia do
século 19 e não chega a terminar.
O
trecho em que o Hino diz "formoso céu, risonho e límpido", por exemplo,
aparentemente não tão deixa dúvidas. Aparentemente. Uma pesquisa mais
profunda indicará que a palavra "risonho", como foi empregada no verso,
deve ser entendida como "repleto de promessas", e não como "alegre" ou
"feliz", como normalmente se faz, e com a palavra "promessas"
significando perspectivas. E "límpido", geralmente explicado como "sem
nuvens", na verdade quer dizer "nítido". Ou seja, o autor falava de um
belo céu, repleto de promessas nítidas de um futuro grandioso.
Mais
complicado ainda é o famoso "Mas se ergues da justiça a clava forte,
verás que um filho teu não foge à luta". Uma corrente, que é a mais
aceita, defende que o verso significa "se, em defesa da justiça, tiveres
de ir à guerra, verás..." Mas outra corrente defende apaixonadamente
que as palavras, de fato, significam "se levantas as armas da violência
acima da justiça, verás..." Parece pouca coisa, mas com um pouco de
atenção se pode perceber que os sentidos são opostos. A primeira fala do
Brasil para outras nações, a segunda do povo para seu próprio governo.Se o Hino fosse um manifesto:
O
Brasil agora é independente como resultado da luta dos brasileiros que
equipararam sua terra às outras nações da Terra. Somos um povo livre e
confiante, que ama seu país. Não hesitaremos em defender a liberdade
conquistada, mesmo à custa de nossas vidas. Viemos para ficar.
Desde
agora e para sempre, nosso maior desejo é que haja apenas amor e
esperança em nossa terra, essa mãe generosa, e que sejamos, desse modo,
uma inspiração para todos os povos.
Este
é um país que nasceu grande e está destinado a um futuro brilhante, que
será construído por nosso povo destemido com o exemplo de nosso passado
glorioso.
Também a beleza do Brasil não deve nada a outros países da América, ao contrário, é ainda mais belo.
Queremos
que esta seja a pátria do amor e da paz, mas se formos levados à guerra
em defesa do que é justo, não fugiremos à luta nem temeremos a morte,
porque, entre as coisas que mais prezamos, está o nosso profundo amor
pelo Brasil.
Fonte: Artigo de Victor Gomes para o JornaldaOrla
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